O Circo Modernista explica a relação entre o circo e o modernismo brasileiro e pode ser conferido no Centro Cultural da Juventude
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia a exposição itinerante O Circo Modernista. Porém, a temporada é curta, de 26 de fevereiro a 1º de maio, no Centro Cultural da Juventude (CCJ), na zona Norte da cidade. A mostra traça um panorama dos movimentos artísticos de vanguarda no começo do século XX, em sua aproximação com o circo.
Exposição O Circo Modernista
Vale destacar que a ênfase aqui é o Brasil dos anos 1920. Nesta época, em São Paulo, os poetas e artistas modernistas Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Yan de Almeida Prado se aproximaram do circo por meio do palhaço Piolin.
Além disso, a mostra O Circo Modernista é composta de instalação cenográfica, texto, fotografias, áudio e audiovisual. E também tem como fonte o acervo do Centro de Memória do Circo.
Produção de famílias circenses
Contudo, a exposição também proporciona um passeio pelo modo de produção circense por focar a trajetória das famílias Pereira, Pinto, Queirolo e Seyssel. Na década de 1920, essas famílias era as responsáveis pelos dois mais importantes Circos Pavilhões. Eles eram chamados assim por serem circos fixos, na capital paulista. Já a Família Queirolo administrava seu próprio circo, as famílias Pinto, Pereira e Seyssel se reuniram no Circo Alcebíades, armado no Largo do Paissandu, em histórica temporada ocorrida entre 1925 e início de 1929.
Todavia, a história dessas quatro famílias, em suas várias gerações, se funde a do circo da cidade de São Paulo e do próprio Brasil. Elas configuram o modo de produção circense tipicamente nacional. Isto é, que tem no palhaço seu principal artista. Sendo assim, o país possui uma dinastia de palhaços. Prova disso é que da família Pereira destacam-se os palhaços Alcebíades e Fuzarca. Da família Pinto, Piolin e Ankito. Da Queirolo, Chicharrão, Torresmo, Chic-Chic e Harris. Por fim, da família Seyssel, os famosos Pimentinha e Arrelia com seu bordão repetido à exaustão por todas as regiões país: “Como vai? Como vai? Como vai? Muito bem! Muito bem! Muito bem!”.
Curadoria
A exposição tem curadoria de Verônica Tamaoki, coordenadora do CMC, em parceria com o programa ‘Sou de circo’. Com assistência de curadoria de Henrique Vasques e Ícaro Mourão, projeto expográfico de Renato Figueiredo, cenotecnia de Fábio Jerônimo, design gráfico de Antonio Kehl e direção de produção de Roberta Castro.
Centro de Memória do Circo
O Centro de Memória do Circo, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, é a única instituição de toda a América Latina consagrada exclusivamente à memória e cultura circense.
Inaugurado em 2008, tem a missão de resgatar, reunir, pesquisar, preservar e difundir o circo brasileiro. Assim como sua história, suas artes, seus artistas, seus saberes. Além disso, o CMC recebeu a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, em 2015, e em 2016 o título Memória do Mundo Brasil, da UNESCO, concedido para o Arquivo Circo Garcia, que se encontra sob sua guarda.
Serviço O Circo Modernista
Centro Cultural da Juventude
Avenida Dep. Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha.
Instagram do CCJ
*Foto: Divulgação