A Prefeitura de São Paulo iniciou, a partir das 22h da terça-feira (23/12), uma intervenção viária na avenida Jornalista Roberto Marinho, no cruzamento com a avenida Chucri Zaidan, na zona sul da capital. A medida faz parte da entrega de um novo sistema viário associado às obras da Linha 17-Ouro do Metrô e altera o trajeto dos veículos que circulam entre a Marginal Pinheiros e o bairro do Jabaquara.
O novo arranjo entra em operação definitiva na manhã de quarta-feira (24/12) e inclui ajustes nos semáforos da região, implantação de sinalização horizontal e vertical e a liberação de um novo trecho viário localizado sob a futura estação Chucri Zaidan. Segundo a administração municipal, a mudança segue o planejamento original do monotrilho e tem como objetivo reorganizar o fluxo de veículos em uma das áreas mais movimentadas da cidade.
Com a abertura do novo trajeto, será bloqueado o trecho atualmente utilizado entre o Terminal de Ônibus Água Espraiada e a estação Chucri Zaidan. A partir da mudança, os motoristas que seguem no sentido Marginal Pinheiros–Jabaquara passam a utilizar obrigatoriamente a passagem sob a estação, construída como parte da infraestrutura definitiva da Linha 17-Ouro.
A liberação do novo viário ocorre em paralelo ao avanço das obras do monotrilho, que conecta a região do Morumbi ao Aeroporto de Congonhas. De acordo com a Prefeitura, a intervenção marca uma etapa importante do projeto ao permitir que o tráfego seja ajustado de forma permanente, reduzindo a necessidade de desvios provisórios e interferências frequentes no trânsito local.
Reurbanização do trecho antigo
O bloqueio da antiga passagem não significa abandono do espaço. Pelo contrário, a área será reurbanizada e ganhará nova função urbana. Está prevista a implantação de calçadas mais amplas, áreas ajardinadas e espaços de circulação para pedestres, criando uma ligação segura entre o Terminal Água Espraiada e a futura estação Chucri Zaidan.
A proposta é transformar um trecho antes dedicado exclusivamente aos veículos em um espaço mais integrado à mobilidade a pé e ao transporte público. A Prefeitura afirma que a requalificação busca melhorar a experiência dos usuários do terminal e da estação, além de valorizar o entorno imediato.
Outro ponto destacado pela gestão municipal é o impacto visual da intervenção. O novo sistema viário adiciona um elemento arquitetônico à paisagem da região, que já abriga a Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, um dos cartões-postais da cidade. A integração entre infraestrutura de transporte e desenho urbano é apontada como um dos objetivos do projeto.
Motoristas que circulam pela região devem ficar atentos à nova sinalização e às orientações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), especialmente nos primeiros dias de operação. A expectativa é que, após o período inicial de adaptação, o fluxo se torne mais previsível e organizado.
Outras obras do Metrô avançam na capital
Além das mudanças viárias na zona sul, o Metrô de São Paulo também avança em outras frentes de obras estruturais na cidade. Uma delas é a construção do túnel de baldeação entre as estações Paulista–Pernambucanas, da Linha 4-Amarela, e Consolação, da Linha 2-Verde, no centro expandido da capital.
O Metrô delimitou o prazo para conclusão da obra no final de 2026. O projeto prevê um investimento de cerca de R$ 60,9 milhões apenas na etapa de escavação. O túnel terá aproximadamente 90 metros de extensão e ficará entre 20 e 25 metros de profundidade, conectando de forma direta duas das linhas mais utilizadas do sistema.
A escavação será realizada por meio do método de construção austríaco, técnica já empregada em outros trechos do Metrô paulistano. O método permite maior controle do solo durante a obra, o que é considerado essencial em áreas densamente urbanizadas, como a região da avenida Paulista.
Com a conclusão do novo túnel, a expectativa é melhorar significativamente a circulação de passageiros entre as linhas 2 e 4, reduzindo gargalos e o tempo de deslocamento. Assim como no caso da Linha 17-Ouro, o Metrô aposta em intervenções estruturais para ampliar a capacidade e a eficiência do transporte público em São Paulo, mesmo que, no curto prazo, essas obras impliquem mudanças no trânsito e na rotina dos usuários.
As intervenções reforçam a estratégia da cidade de integrar obras viárias, transporte sobre trilhos e requalificação urbana, em um cenário de crescimento contínuo da demanda por mobilidade.
Fonte: Gazeta de São Paulo
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