Microcrédito supera pré-pandemia e faz negócios girarem
Após o término da pandemia de Covid-19, muitas pessoas conseguiram voltar a empreender e, consequentemente, diversos negócios precisaram tomar crédito. Vale destacar que entre dezembro de 2019 e dezembro de 2023, o tíquete médio dos empréstimos solicitados registrou um acréscimo de 16,79%. Em suma, enquanto os empréstimos requeridos aumentaram em 50,4%, a inflação acumulada no período, de acordo com o IPCA, somou 28,78%. As informações são do levantamento do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil) com base no comportamento registrado de aproximadamente 21 mil microempreendedores.
Microcrédito supera pré-pandemia
De acordo com a diretora executiva do Ceape Brasil, Claudia Cisneiros, a demanda por microcrédito supera pré-pandemia. E hoje o valor médio registrou um incremento maior, porém, não tão elevado, por causa do conservadorismo das próprias instituições financeiras, que ficam com o pé atrás.
Ela afirma que, por prudência, evita, conceder grandes empréstimos para que a pessoa não fique mais endividada do que já possa estar. Além disso, muitas pessoas atuam na informalidade e não sabem lidar do modo correto com as finanças de seu negócio.
Orçamento apertado
Outro ponto abordado no estudo do Ceape revela que 32,2% dos microempreendedores recorrem a linhas de crédito quando não conseguem fechar a conta no fim do mês. Outros 16,1% usam o cartão de crédito e 13,6% pedem emprestado para parentes ou amigos. Contudo, 38% dos entrevistados revelam ter uma reserva de emergência.
Todos esses dados são importantes para que o tomador saiba utilizar da melhor forma possível o crédito. A ideia é pegar dinheiro num banco com o propósito de impulsionar o negócio, que ele cresça mais, e não para quitas contas urgentes, por exemplo.
Microcrédito produtivo orientado
O levantamento do Ceape demonstra ainda que a demanda por microcrédito produtivo orientado tem crescido. Prova disso é que nos últimos três anos, até dezembro de 2023, os empréstimos liberados subiram 45%. E as perspectivas para este 2024 são bastante promissoras.
Taxa Selic
Isso porque com a queda da taxa básica de juros, a Selic, o custo do crédito também caiu, tornando-o mais acessível aos pequenos empreendedores. A Selic mais baixa estimula a abertura de novos negócios e investimentos. Atualmente, 58,7% dos microempreendedores afirmam que a taxa de juros é o que mais pesa na hora de pegar empréstimos. É o que revela o estudo de Educação Financeira realizado pelo Ceape.
Vale destacar que hoje muitas mulheres estão pegando empréstimos, o que corresponde a mais de 60% do volume total.
Claudia afirma que as mulheres sabem cada vez mais como tomar o crédito para tornar seu negócio sólido e sustentável. Além disso, conseguem gerar emprego e renda a outras pessoas, até mesmo outras mulheres.
Por fim, a diretora executiva do Ceape Brasil destaca que muitas dessas mulheres tomadoras de crédito sustentam sozinhas seus lares e ainda se depararam com meus menos oportunidades de empregos de qualidade.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-frontal-pessoas-trabalhando-juntas_28476716.htm#fromView=search&page=1&position=43&uuid=59837f7d-4405-44c4-b972-1480e4af77d4