Infarto agudo do miocárdio, segundo área hospitalar da SMS; há ações para redução no tempo do atendimento, diagnóstico precoce e uso de trombolítico, com significativa redução da mortalidade
Atualmente, a capital paulista é considerada a pioneira no uso de trombolítico na rede pré-hospitalar para lidar com o infarto agudo do miocárdio. Entenda melhor ao longo deste artigo.
Infarto agudo do miocárdio
Sendo assim, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através da Secretaria Executiva de Atenção Hospitalar (SEAH), formalizou a linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio na cidade de São Paulo, durante o I Fórum da Linha do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), voltado a profissionais e instituições parceiras da SMS.
Implementação do protocolo único
Além disso, a estimativa é de que com a implementação do protocolo único para as unidades de saúde municipal, que vem sendo estruturado nos serviços de urgência e emergência da rede municipal nos últimos dez anos, o número de óbitos decorrentes de IAM na rede tenha sido reduzido de 30% para 4%.
Nos últimos anos, a gestão municipal tem investido bastante na rede de urgência e emergência por meio de inovação tecnológica, expansão de unidades de saúde e equipamentos, melhorando a oferta de leitos e de serviços, além de protocolos, insumos, medicações, capacitações e aumento de recursos humanos.
Como funciona a linha de cuidado
A linha de cuidado do IAM se constitui em um fluxo que toda pessoa que sofre um infarto segue ao chegar em qualquer das unidades de urgência composta por hospitais gerais, Samu, unidades pré-hospitalares e de alta complexidade.
Além disso, a rede pré-hospitalar é a principal porta de entrada para urgência e emergência da cidade. Ela integra as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Prontos-Socorros (PSs), e é responsável pelo encaminhamento dos casos urgentes para os grandes hospitais da cidade, e possui capacidade estrutural, equipe de profissionais, insumos de medicamentos e ambulâncias que realizem os procedimentos necessários em tempo oportuno.
Quando um paciente chega ao hospital com queixa de dor toráxica, ele passa pelo acolhimento e classificação de risco, sendo imediatamente encaminhado para a realização de um eletrocardiograma, que permite ao médico confirmar se ocorreu o infarto. A partir daí os pacientes podem seguir dois caminhos: os casos de infarto com supra de ST (condição médica grave que ocorre quando há um bloqueio repentino do fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco) considerados elegíveis realizam trombólise com o trombolítico Tenecteplase, sendo encaminhados para o cateterismo em até 24 horas. Por sua vez, o Infarto sem supra, o menos grave, também necessita de cateterismo. Porém, com menos urgência, por isso o paciente é encaminhado para o hospital de referência para realizar o procedimento em até 72 horas.
Uso de trombolítico na rede pré-hospitalar
A capital paulista é a pioneira nesta linha de cuidado. Sendo assim, as pessoas que sofreram infarto agudo recebem o medicamento trombolítico ainda na rede pré-hospitalar, com a cobertura dos custos garantida pelo município. Ou seja, o Sistema Único de Saúde banca o produto apenas na rede hospitalar.
Há também a parceria da rede pública com o Hospital Beneficência Portuguesa para a realização do cateterismo no prazo recomendado, e, caso haja alteração nos resultados do exame, para a realização dos procedimentos necessários.
Mensalmente, são atendidos dentro do protocolo em torno de 80 pacientes que necessitam do uso do trombolítico e da realização do cateterismo com urgência; outros 600 se enquadram nos casos de menor urgência. Entretanto, destes, cerca de 100 necessitam passar por uma angioplastia, que também é realizada pela Beneficência Portuguesa. Vale lembrar que anterioemente este mesmo procedimento chegava a demorar mais de dois meses, ressalta a secretária executiva da Atenção Hospitalar.
Investimento
Foi feito um grabde investimento na área de cardiologia com o objetivo de reduzir o número de mortes por infarto na cidade. A iniciativa demonstra o avanço da Saúde na capital.
Além disso, tais esforços com a linha de cuidado para IAM em São Paulo chamaram a atenção da Sociedade Paulista de Cardiologia, que validou o protocolo e deve promover a sua implantação em outros locais.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-do-modelo-anatomico-do-coracao-para-fins-educacionais-com-estetoscopio_34136826.htm#fromView=search&page=1&position=10&uuid=18b89bc9-c34c-444c-b3fb-299d0e41a424