Conjunto Arquitetônico do Sesc – Fábrica da Pompéia terá cooperação da própria população para o aprimoramento de normas
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, abriu prazo de 30 dias para que a população participe do processo sobre a delimitação da poligonal e a definição de diretrizes de preservação da história e critérios de intervenção para a área de entorno do Conjunto Arquitetônico do Sesc – Fábrica da Pompéia, situado em São Paulo (SP).
Conjunto Arquitetônico do Sesc – Fábrica da Pompéia
Além disso, a portaria estabelecerá as diretrizes e critérios de intervenção para as áreas de tombamento e de entorno do Conjunto Arquitetônico do Sesc – Fábrica da Pompéia, que inclui um ato urbanístico e paisagístico do Sesc Pompéia. Para a consulta, o Iphan disponibilizou a minuta de portaria, o mapa da área e um formulário digital em que a população poderá opinar sobre cada um dos artigos a serem incluídos.
Legislação brasileira
Prevista na legislação brasileira, a consulta pública é um instrumento de participação popular cujo objetivo é apoiar as ações do setor público, garantindo ampla publicidade do ato normativo.
No caso do Sesc Pompéia, as contribuições para o aperfeiçoamento da proposta de regulamentação serão recebidas até o próximo dia 06 de abril de 2023. Terminado o prazo de 30 (trinta) dias, o Iphan fará a análise e a consolidação das contribuições recebidas ao longo do processo de consulta pública, e publicará as respostas juntamente com o texto final da minuta da portaria.
Como participar
Para participar da consulta pública é preciso acessar o formulário digital e, ao encaminhar contribuição, como proposta de alteração ou exclusão de conteúdo, deve-se incluir uma justificativa com até 1.500 caracteres. Dúvidas sobre a consulta pública podem ser enviadas para o e-mail [email protected].
Sobre o Sesc Pompéia
Em 1976, Lina Bo Bardi foi convidada a projetar um centro de lazer para o Sesc que já estava instalado no terreno ainda ocupado por um conjunto de galpões da antiga fábrica de tambores Pompéia. O espaço era usado pela comunidade local, o que norteou o projeto de intervenção da arquiteta.
Sendo assim, a obra foi dividida em duas etapas: a primeira foi o centro de lazer nos antigos galpões, iniciada em 1977 e concluída em 1986; a segunda foram os blocos esportivos, inaugurados no mesmo ano.
O projeto conciliou as antigas estruturas industriais e o novo uso do local, o de lazer. Além disso, trabalhou a inserção de novos volumes arquitetônicos de modo harmônico com seu entorno, mantendo a leitura do tecido urbano, de forma a preservar a memória operária e permitindo, ainda, a criação de um espaço aberto à população, garantindo o convívio coletivo já existente no local.
Blocos de concreto
Por outro lado, o conjunto é marcado por seus blocos de concreto, quebrados pelos rasgos irregulares do bloco das quadras, ou pelos vãos assimétricos do bloco dos vestiários. E ainda as passarelas que se conectam aos blocos, tornando-se leves por conta do posicionamento único de cada uma.
Tombamento
Em março de 2015, o local foi tombado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Com isso, o Sesc Pompéia integra uma seleta lista de obras paulistanas protegidas pelo Iphan, entre as quais estão também: o Museu de Arte de São Paulo (Masp), também de Lina Bo, as casas de Gregori Warchavchik na Vila Mariana, na Rua Itápolis e na Rua Bahia e a Estação da Luz.
Links para acessos aos documentos da consulta pública – Conjunto Arquitetônico Sesc – Fábrica Pompéia (SP)
Aviso de consulta pública (DOU)
Para consulta às manifestações técnicas, acessar o Processo Administrativo nº 01506.000548/2021-64 no Sistema Eletrônico de Informação do Iphan (SEI).
*Foto: Reprodução/Flickr (Maxine Brown)