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Mortes por transtornos mentais ligados ao álcool sobe 156,3% em SP

Equipe Revista Prefeitos de São Paulo by Equipe Revista Prefeitos de São Paulo
13/08/2021
in Saúde
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Transtornos mentais ligados ao álcool estão entre as duas principais causas de óbitos na capital paulista nos anos de 2019 e 2020

Em 2020, primeiro ano de pandemia de Covid-19, a cidade de São Paulo registrou um crescimento de 156,3% nas mortes por transtornos mentais ou comportamentais ligados ao uso de álcool em excesso. Só no estado paulista, o percentual foi de 64,5% e no Brasil, de 18,4%.

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Alta de transtornos mentais ligados ao álcool

Em relação aos transtornos mentais ligados ao álcool, eles são casos em que o atestado de óbito registra o consumo de bebidas alcoólicas como a causa básica da morte. Ele se enquadra no código F10 da CID (Classificação Internacional de Doenças). Entre as causas que entram nesta classificação, estão, por exemplo: intoxicações agudas, seguidas por suicídios e acidentes, e transtornos psicóticos.

Relatório da Vital Strategies

De acordo com um relatório da Vital Strategies, a partir de dados extraídos do SIM (Sistemas de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, em alguns anos da última década, houve queda ou estabilização das mortes por transtornos mentais e comportamentais ligados ao uso de álcool.

Mas ficaram de fora as mortes por doenças crônicas ligadas ao consumo de álcool, como cirrose e pancreatite. Entretanto, para o Dr. Sérgio Mies, gastroenterologista e especialista em hepatite alcoólica, revela que, no caso do homem, ele precisa beber no mínimo 80 gramas de álcool por dia pelo menos por dez anos para desenvolver uma doença hepática crônica no fígado. Já no caso da mulher, ela precisa ingerir 60 gramas por dia. Mas se a pessoa interrompe o consumo de álcool por uma semana ou um mês, esses “tempos já mudam”, conclui o médico.  

Percentuais

Entre 2018 e 2019, a capital paulista registrou uma diminuição de 18,4%. Porém, entre 2019 e 2020, os índices saltaram de 80% para 205%. Já no Estado, o salto foi de 690 para 1.135 e, no país, de 6.428 para 7.612.

Hipóteses para o aumento do consumo de álcool

Há duas hipóteses que causaram um aumento do número de mortes por transtornos mentais ligados ao álcool em 2020. É o que afirma a epidemiologista Luciana Sardinha, pesquisadora da Vital Strategies.

A primeira diz que a pandemia impactou de modo negativo a saúde mental de milhares de brasileiros. Consequentemente, houve aumento do consumo de álcool dentro de casa.

Já a segunda hipótese está associada a muitos doentes crônicos que descuidaram da saúde ou não conseguiram ter acesso a serviços para o acompanhamento de sua rotina. É o caso, por exemplo, de uma diabetes desregulada ou ainda um problema cardiovascular provocado pelo consumo em excesso de álcool. Tudo isso eleva o risco de morte.

De acordo com dados da Glic, plataforma de telemedicina focada em diabéticos, no início da pandemia, em março de 2020, 5% dos usuários afirmaram que ingeriram bebida alcoólica. E em outubro, o percentual saltou para 20%, afirma Sardinha.

“A gente também imagina que muitos casos que já vinham sem controle podem ter se exacerbado durante a pandemia. Mais sedentária, bebendo mais e sem tratamento, a pessoa veio a óbito.”

Sendo assim, mais da metade (57,2%) das mortes por transtornos mentais ligados ao álcool era de pessoas entre 45 e 64 anos.

Venda de bebidas alcoólicas disparou na pandemia

Em contrapartida, dados de mercado evidenciam que houve um disparo na venda de bebidas alcoólicas em 2020. Só no Brasil, a venda de vinho quase dobrou em comparação a 2019. A cerveja registrou a maior alta de comercialização dos últimos seis anos, com 13,3 bilhões de litros, só perdendo para 2014, ano em que o Brasil sediou a Copa do Mundo.

Aliás, na Copa daquele ano, o governo brasileiro concedeu renúncias fiscais à Fifa e a seus parceiros comerciais, um total de US$ 475 milhões entre 2011 e 2015.

Em entrevista à Fola, Sandra de Sousa, 42, diz que seu irmão João, de 58 anos, morreu em decorrência do uso abusivo de álcool no ano passado. Ele entrou em coma alcoólico no banheiro de casa e aspirou o próprio vômito. E o líquido que estava na região gástrica foi para o pulmão, provocando uma parada cardiorrespiratória.

“Ele tinha conseguido parar com a bebida, mas com a quarentena teve recaída e passou a beber em casa, sozinho. A dor de não ter podido fazer nada por ele ainda é grande.”

Faixa de 18 a 34 anos

Por outro lado, a pesquisadora Sardinha diz que a faixa etária que revelou maior aumento do consumo de álcool foi de 18 a 34 anos.

“É a faixa economicamente ativa. E a gente sabe as consequências disso a médio e longo prazo: mais doenças e mais impactos na economia.”

E esse aumento foi maior entre as mulheres, conforme dados da Vigitel (sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico). Por exemplo, entre 2006 e 2019, houve um crescimento de 70,5% para este grupo. Sardinha explica.

De 2006 a 2019, por exemplo, houve alta de 70,5% nesse grupo.

“A experimentação precoce de uso de álcool já está quase igual entre meninos e meninas. Antigamente existia uma enorme diferença [com meninos começando antes].”

Isenções fiscais

No estudo da Vital Strategies “A Verdade é Sóbria: Incentivando a Morte e Deficiência por Álcool”, as isenções fiscais dadas por governos à indústria do álcool vêm estimulando o crescimento no consumo, além de causar danos à saúde, resultando em mais óbitos. E também contribui para gastos públicos exorbitantes com os sistemas de saúde.

O levantamento registra dados sobre os tipos e quantidades de incentivos econômicos destinados à indústria do álcool nos últimos 25 anos por vários países, inclusive no Brasil.

Projeto de Lei no Congresso

De acordo com a diretora-geral da ACT Promoção à Saúde, Paula Johns, está tramitando no Congresso um Projeto de Lei que trata da transparência nos dados de subsídios fiscais para indústrias como as das bebidas alcoólicas. Aqui, “a transparência é zero em relação a esses valores”.

Vale ressaltar que está em discussão uma maior tributação sobre produtos não saudáveis que geram impacto nas doenças crônicas. Mas na opinião de Johns:

“A aceitação da população e dos parlamentares em sobretaxar o álcool é gigantesca. Mas pergunta se isso vai para frente? Nem na agenda global isso avança. É um tema de saúde pública negligenciado globalmente.”

Posição da prefeitura de São Paulo

A Secretaria Municipal da Saúde afirma, em nota, que o alcoolismo não pode ser analisado somente pelo código F10, como fez o estudo da Vital Strategies.

Portanto, a secretaria também inclui a importância de analisar os casos de hepatopatia alcoólica. Ela está inserida no código K70 da CID. Além disso, ela é mais informativa, pois revela que é no fígado que há a manifestação que pode ocasionar o óbito.

“Não é possível analisar o alcoolismo sem levar em consideração suas diversas manifestações específicas [hepatopatia e pancreatite, entre outras]. Nas regras de seleção da causa básica da morte, sempre que houver referência ao problema específico, este é priorizado em relação ao termo genérico.”

Atendimento especializado nos 32 Centros de Atenção Psicossocial

A secretaria disse que ainda está disponível atendimento especializado nos 32 Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps-AD). Esses locais oferecem acolhimento à demanda espontânea, orientações, atendimentos multiprofissionais, acompanhamento médico, atenção às crises e reabilitação psicossocial. E em 17 desses locais há possibilidade de acolhimento noturno por até 14 dias.

Já a Secretaria de Estado da Saúde disse que a política de saúde mental do SUS determina uma atenção primária ao acolhimento de pessoas que ingere álcool em excesso. O governo paulista disse que no Estado há mais de 5.300 UBS e Caps que podem acolher essas pessoas.

Por fim, a secretaria ressaltou que auxilia a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do SUS, com apoio técnico e qualificação de colaboradores por meio de treinamentos.

*Foto: Divulgação

Tags: Sérgio Mies
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